Monitor do PIB da FGV sinaliza desaceleração de economia no começo do 2º trimestre
Economia brasileira apresenta primeira retração desde outubro de 2024, com sinais de desaceleração no segundo trimestre. Especialista alerta para impacto de juros altos e endividamento das famílias na atividade econômica.
Economia brasileira apresentou uma retração de 0,4% em abril, após crescimento de 1,3% em março, segundo o Monitor do PIB da FGV.
Essa queda é a mais significativa desde outubro de 2024. A economista Juliana Trece alerta que isso pode indicar uma desaceleração econômica no segundo trimestre.
Apesar da queda em abril, a economia teve crescimentos de 1,6% em relação ao abril de 2024 e de 2,7% no trimestre até abril comparado ao mesmo período do ano anterior.
Os componentes do PIB mostraram recursos em abril, com quedas de:
- 0,1% no consumo das famílias;
- 1,4% no consumo do governo;
- 1,2% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).
A contexto macroeconômico é desfavorável ao consumo, refletindo os efeitos do aperto monetário iniciado pelo Banco Central em 2024, com aumento da taxa Selic.
O IBC-Br, prévia do PIB do BC, subiu 0,2% em abril, mas Trece acredita que tanto ele quanto o Monitor indicam sinais de desaceleração.
Sobre possíveis mudanças nas projeções do PIB para 2025, Trece menciona a incerteza em relação a novas medidas de estímulo do governo.
Bancadas as condições atuais, a projeção de alta para o PIB de 2025, segundo o Boletim Focus, é de 2,20%.