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Mobilidade social é mais difícil nos grandes centros urbanos, como Rio e São Paulo. Veja as chances na sua cidade

Atlas da Mobilidade Social revela que condições de moradia e educação impactam a ascensão de crianças em situação de vulnerabilidade. Estudo aponta que oportunidades variam significativamente entre regiões do Brasil, com destaque para o Sul e o agronegócio em Mato Grosso.

Desigualdade social no Brasil é abordada no Atlas da Mobilidade Social, que será lançado amanhã. O estudo destaca que o local de nascimento e moradia impactam as oportunidades de vida.

O pesquisador Diogo Brito revela que grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo, oferecem baixa mobilidade social. Regiões como o Sul do Brasil apresentam melhores oportunidades.

Em Joinville (SC), a chance de crianças pobres ascenderem a 25% mais ricos é de 20,7%, enquanto a média nacional é cerca de metade disso. A educação e o dinamismo econômico são fatores cruciais.

Sorriso (MT), por exemplo, possui 20% de chance de ascensão para os nascidos entre os mais pobres.

A raça e gênero também são determinantes. A jornalista Lara Rodrigues, de 30 anos, ilustra essa realidade. Filha de pais sem escolaridade, enfrentou desafios desde cedo, priorizando trabalho em vez de educação.

Larissa trabalhou desde os 16 anos e conseguiu, após um pré-vestibular social, ingressar na Uerj e conseguir bolsa na PUC-Rio. O auxílio financeiro foi crucial para sua sobrevivência acadêmica.

Com um estágio, Larissa passou a ganhar R$ 1.200, mais do que seu pai. Ela atualmente é coordenadora de marketing e relata sua experiência de viver entre contextos sociais opostos.

As chances de negros e filhos de pais sem instrução concluir ensino superior são baixas: duas em cem. Por outro lado, homens brancos de famílias escolarizadas têm chances dobradas.

A professora Rosália Lemos acredita que o cenário pode melhorar para a população negra em dez anos, com maior acesso à universidade, especialmente através de cotistas.

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