Mistura de comércio com política dificulta acordo com os Trump, avalia governo Lula

Governo Lula enfrenta resistência dos EUA para reabertura de diálogo sobre acordo comercial.

Acordo é crucial para evitar taxação de 50% em produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Auxiliares de Lula afirmam que o Brasil não incluirá em negociações processos judiciais contra ex-presidente Jair Bolsonaro e regulação das plataformas digitais pelo STF.

EUA já fecharam acordos com vários países como Reino Unido, China, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão, e buscam concluir negociações com a União Europeia.

A situação do Brasil é única, pois as discussões não se restringem ao comércio. Trump deseja interferência em questões internas, afetando a soberania nacional, o que é visto como chantagem.

Desde a sobretaxa de 50% anunciada, Trump critica a Suprema Corte brasileira e afirma que Bolsonaro está sendo perseguido pela Justiça. Uma investigação comercial foi aberta.

O governo Lula deseja apenas abordar questões comerciais e, em 16 de maio, enviou carta solicitando prioridade dos produtos que os EUA gostariam de vender mais ao Brasil. Não houve resposta até o momento.

Brasil gostaria de adiar a vigência da sobretaxa em dois ou três meses, mas perspectivas são pessimistas. Há possibilidade de uma missão ser enviada para desbloquear as negociações, mas nada definido até agora.