Minerais de terras raras: o que são e por que o interesse dos Estados Unidos?
Brasil posiciona-se como um importante player global em reservas de minerais críticos, segundo o MME. O país discute políticas públicas para a exploração desses recursos, em meio ao crescente interesse de investidores internacionais.
Brasil tem segunda maior reserva de minerais críticos, com cerca de 21 milhões de toneladas, correspondendo a 23% das reservas mundiais, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).
O MME está finalizando uma politica pública para esses minerais, que deve ser lançada ainda neste segundo semestre.
O tema ganhou atenção após Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), relatar interesse dos EUA nos minerais brasileiros. Uma exploração desses recursos poderia influenciar acordos comerciais com os americanos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que as riquezas do país pertencem ao povo brasileiro, criticando o interesse dos EUA. Ele afirmou que empresas privadas poderão explorar o território, desde que “sob nosso controle”.
O professor Nilson Francisquini Botelho, da Universidade de Brasília, destacou que os metais raros têm aplicação tecnológica ampla e são essenciais para novas tecnologias, com valores superiores a 100 vezes em relação a minérios convencionais.
O professor Roberto Xavier, da Unicamp, ressaltou que apesar da grande reserva de terras raras, a produção no Brasil é mínima, com apenas uma empresa produzindo de forma econômica.
Botelho chamou atenção para um projeto em Goiás que pode gerar bilhões de dólares, se feito de maneira responsável. Xavier acrescentou que a pesquisa mineral é realizada principalmente por empresas australianas e canadenses, e que outros países também demonstram interesse, desde que respeitadas as normas brasileiras.
O Congresso Nacional já discute um projeto sobre o assunto, e o MME busca alinhar essa proposta para garantir que o Brasil seja um protagonista global na cadeia de terras raras.