Milícia apoiada pela China garante controle de novas minas de terras raras em Mianmar

Uma milícia apoiada pela China está protegendo novas minas de terras raras no leste de Mianmar. Isso ocorre enquanto Pequim busca garantir o controle desses minerais em meio à guerra comercial com os EUA.

A China possui um quase monopólio sobre o processamento de terras raras pesadas, essenciais para turbinas eólicas, dispositivos médicos e veículos elétricos. O país foi responsável por quase metade das importações desse tipo nos primeiros quatro meses deste ano.

Acesso a novos estoques, como disprósio e térbio, ficou restrito após um grupo armado tomar um cinturão de mineração no norte de Mianmar. Atualmente, mineradores chineses estão abrindo depósitos no Estado de Shan, empregando pelo menos 100 pessoas na extração. Caminhões têm sido vistos transportando material para a China.

As minas operam sob a proteção do United Wa State Army (UWSA). Este grupo é um dos maiores do Estado de Shan, com laços comerciais e militares com a China. O papel da milícia e as rotas de exportação das terras raras foram relatados pela Reuters pela primeira vez.

O acesso a esses minerais é crucial para a China, especialmente após o aumento das restrições às exportações de metais. O preço do óxido de térbio subiu mais de 27% nos últimos seis meses.

Imagens de satélite mostram a transformação da área, indicando que as operações estão em andamento há algum tempo. Pelo menos uma mina é administrada por uma empresa chinesa, com trabalhadores falando chinês. Essa situação reflete um sistema semelhante em Kachin.

As empresas de mineração chinesas conseguem produzir terras raras em Mianmar de forma muito mais barata do que em outras regiões, destacando as margens de lucro significativas. Pequim mantém o controle sobre a tecnologia de extração, o que torna **difícil** operar sem a assistência chinesa.

Os depósitos do Estado de Shan devem conter térbio e disprósio, que são os principais elementos buscados pelos mineiros.