Milhares de drusos vão entrar na Síria se massacre não parar, diz diplomata
Drusos ameaçam intervenções na Síria em resposta aos ataques à minoria religiosa. A região se torna um novo campo de tensão com confrontos recentes e o envolvimento de Israel na defesa da comunidade drusa.
Milhares de drusos no Líbano e em Israel estão prontos para retornar à Síria se os ataques à minoria religiosa continuarem, afirma Reda Mansour, ex-embaixador de Israel no Brasil.
Mansour recorda que, em casos anteriores, como na guerra de 1982 e em 1936, drusos se mobilizaram para proteger comunidades atacadas. Atualmente, em Sweida, epicentro dos ataques, entre 170 a 350 mortos foram reported entre drusos, beduínos e forças de segurança sírias.
Na quarta-feira (16), cerca de mil drusos israelenses cruzaram a fronteira com a Síria para ajudar seus compatriotas e provocar reações do governo israelense.
Lideranças drusas acusam o regime sírio de genocídio e de participar nas ofensivas, semelhantes a eventos passados com os alauítas. Após um ataque a Damasco, Tel Aviv atingiu alvos estratégicos, incluindo o Ministério da Defesa.
Os drusos não aspiram a um estado próprio e vivem em diferentes países: 700 mil na Síria, 250 mil no Líbano e 140 mil em Israel. Mansour explicou que, apesar do dilema cultural de lealdade a cada nação, a ajuda à comunidade drusa na Síria é vital.
A rejeição de um acordo de cessar-fogo por Hikmat al-Hajri, líder druso, simboliza a continuidade do conflito em Sweida, onde combates estão previstos até que o território seja “totalmente liberado”.
Por fim, Mansour destaca que Israel é atualmente a única força apoiando os drusos da Síria, um fator que poderá influenciar o futuro da comunidade drusa em um contexto geopolítico instável.