Milei tem semana difícil: desencontro com Trump, derrota no Congresso e disparada do risco-país

Desafios recentes do presidente argentino Javier Milei

Na última semana, Milei enfrentou vários desafios com resultados negativos:

• No dia 3, o Senado argentino rejeitou duas indicações de juízes para a Suprema Corte, necessárias para fortalecer seu governo.
• O governo comentou: "Pela primeira vez na história, o Senado rejeitou indicações por motivos políticos, não por questões de idoneidade."

Enquanto isso, Milei estava nos Estados Unidos na tentativa de se reunir com Donald Trump, mas não conseguiu. Ele esteve na Flórida para um evento onde deveria encontrar o líder americano, mas saiu antes de Trump chegar. Isso se deu devido a atrasos e questões de segurança, conforme reportado pelo Clarín.

Além disso, Milei não conseguiu agendar uma visita oficial à Casa Branca, enquanto o presidente de El Salvador será recebido em Washington no dia 14 de abril.

Acordo com o FMI

Milei busca o apoio de Trump para fechar um novo acordo com o FMI, essencial para a recuperação da economia argentina. As negociações incluem um empréstimo de US$ 20 bilhões, com debates sobre a liberação da primeira parcela, que Milei deseja que seja de US$ 8 bilhões.

Os EUA, maiores financiadores do FMI, pedem uma contrapartida: que a Argentina replique sua relação com a China, seu maior parceiro comercial. A pressão aumenta, com a cotação do dólar "blue" subindo para 1.300 pesos e o risco-pais da Argentina atingindo 925 pontos.

Ainda que a inflação tenha caído de 200% para 66% sob sua administração, o poder de compra diminuiu. Novas tarifas americanas podem representar um impacto financeiro de US$ 1,8 bilhão nas mercadorias argentinas. Milei afirmou que o país irá ajustar regulamentos para atender as novas tarifas, mas Trump não estava presente para ouvir.