Milei libera o câmbio em mais um passo histórico para a Argentina
O fim do cepo na Argentina marca uma nova fase na política econômica de Javier Milei, com apoio financeiro significativo do FMI e de instituições internacionais. O novo regime de câmbio visa estabilizar a moeda local e permitir uma maior fluidez no mercado cambial.
Governo de Javier Milei encerra o cepo, o controle de capitais na Argentina, criando um sistema de banda para ajustar as cotações do câmbio oficial e o paralelo.
A medida foi possibilitada por um novo pacote de ajuda externo, liderado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que emprestará US$ 20 bilhões, com US$ 12 bilhões disponíveis já nesta terça-feira e US$ 2 bilhões em junho.
O Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também anunciaram financiamentos de US$ 12 bilhões e US$ 10 bilhões, respectivamente.
“Hoje é um dia especial. Estamos mais livres,” afirmou Milei. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, visitou Buenos Aires, demonstrando prestígio para o governo argentino. Um comunicado conjunto é esperado hoje à tarde.
A Argentina se comprometeu a um superávit fiscal primário de 1,3% do PIB, esperando-se 1,6%. A cotação do dólar flutua entre 1.000 e 1.400 pesos, com um ajuste de 1% ao mês.
Analistas do BTG e da Goldman Sachs consideraram a medida positiva, com expectativa de estabilidade abaixo do teto da banda. As reações do mercado incluem alta de 5% nos títulos soberanos e ganhos de 10% nas ações de empresas argentinas.
O dólar oficial subiu para 1.190 pesos e o blue caiu para 1.305 pesos. Apesar do apoio do FMI, a inflação voltou a subir, alcançando 3,7% em março.
A China também renovou US$ 5 bilhões de swaps cambiais com a Argentina. Os controles cambiais foram impostos pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2011 e depois expandidos durante o governo Alberto Fernández.
Desde sua posse em dezembro de 2023, Milei trabalha em reformas econômicas, eliminando o déficit fiscal, mas as reservas em moeda forte continuam negativas.