Milei enfrenta terceira greve geral na Argentina, à espera de acordo com FMI
Protestos massivos marcam véspera de greve geral contra o ajuste fiscal de Milei. Centrais sindicais exigem melhorias nas pensões e mudanças políticas em meio a crescente desconfiança em relação ao FMI.
Milhares de argentinos protestam na véspera de uma greve geral contra o ajuste fiscal do presidente Javier Milei, que busca um crédito de US$ 20 bilhões (R$ 121 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As três principais centrais sindicais se mobilizaram em frente ao Congresso, pedindo sindicatos livres, melhorias nas pensões e aumentos nos orçamentos de saúde e educação.
O ato ocorreu enquanto Milei se reunia com o presidente do Paraguai, defendendo a "liberdade econômica". A liderança da CGT tenta paralisar o país em resposta ao acordo com o FMI.
A Argentina busca antecipar 40% do empréstimo para acalmar a tensão cambial, após o Banco Central vender US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 11 bilhões). A população desconfia do novo empréstimo, lembrando crises anteriores.
O clima social se deteriora com demissões e a queda do consumo, levando à terceira greve geral contra o governo desde que Milei assumiu. O analista político Artemio López destaca a pior distribuição de renda dos últimos 20 anos.
Apesar das dificuldades, Milei mantém um apoio de 40%, em parte devido à redução da inflação e à queda da pobreza para 38%.
O presidente enfrenta críticos por erros, como o escândalo do "criptogate", que está sendo investigado. O acordo com o FMI é crucial para a estabilização econômica, mas a política cambial continua sendo um obstáculo.
Os detalhes do acordo com o FMI, incluindo pagamentos e exigências, ainda são incertos. O ex-diretor do FMI, Claudio Loser, observa que o Fundo não deseja que as reservas sejam usadas para controlar a taxa de câmbio.