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México elege juízes em votação inédita marcada por baixa participação e críticas à independência da Justiça

Eleições para juízes no México enfrentam baixa participação popular e críticas sobre independência judicial. A reforma proposta pelo governo visa combater a corrupção, mas gera preocupações sobre controle político e infiltração do crime organizado no Judiciário.

O México realiza eleições inéditas para a escolha de juízes, com indícios de baixa participação popular.

Neste domingo (1º), cerca de 2.680 cargos foram submetidos ao voto, incluindo ministros da Suprema Corte e juízes. A decisão é parte de uma reforma constitucional do governo de esquerda contra a corrupção no Judiciário.

No entanto, a votação gerou preocupações sobre a independência judicial frente a partidos políticos e crime organizado. Observadores relataram baixa adesão, com menos de 10% dos eleitores registrados comparecendo na primeira metade do dia.

O ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, idealizador da reforma, retornou à cena pública após oito meses. Sua sucessora, a presidente Claudia Sheinbaum, defendeu a iniciativa como combate à corrupção, enquanto a oposição a vê como tentativa de controle do Judiciário.

Cem pessoas protestaram na Cidade do México, e especialistas alertaram que a nova estrutura pode permitir a infiltração do crime organizado na Justiça. A relatora especial da ONU, Margaret Satterthwaite, destacou o risco de desvio do mérito na escolha dos juízes.

O governo respondeu às críticas, afirmando que a corrupção já existe nas cortes e que a escolha direta aumentará a fiscalização pública. Para se candidatar, era necessário ter diploma em direito, experiência e ficha criminal limpa.

O Instituto Nacional Eleitoral chamou o pleito de um “desafio sem precedentes” e estima participação entre 13% e 20%. Em 2027, outros 4 mil cargos passarão por processo similar.

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