Metade do primeiro escalão de Lula deve disputar eleição de 2026 e terá que deixar governo em 1 ano
Dezenas de ministros do governo Lula se preparam para abandonar seus cargos e concorrer nas eleições de 2026, criando um cenário de mudanças significativas na administração pública. A saída deles pode impactar tanto a continuidade das políticas do governo quanto a dinâmica eleitoral, com foco especial na disputa pelo Senado.
Metade do primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja disputar as eleições de 2026.
Dos 38 ministros, ao menos 19 já se preparam para a corrida eleitoral, segundo levantamento do Estadão.
Candidatos devem deixar seus cargos até o início de abril, respeitando o prazo de desincompatibilização.
Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), 43,5% do primeiro escalão deixou seus cargos para disputa, o que representou o maior esvaziamento em 25 anos.
O governo Lula pode superar esse recorde, uma vez que parlamentares estão no primeiro escalão e muitos buscam reeleição.
As mudanças ministeriais podem afetar as políticas públicas nos próximos oito meses. Auxiliares de Lula indicam que secretários-executivos assumirão as pastas.
Além disso, a dinâmica eleitoral deve impactar mudanças ministeriais previstas para este ano.
A maioria dos ministros busca vagas na Câmara ou no Senado. O Senado é crucial para o governo, e a esquerda se prepara para não fracassar na eleição.
Apenas dois ministros manifestaram interesse em governos estaduais: Márcio França (PSB) para São Paulo e Renan Filho (MDB) para Alagoas.
França pode ser deslocado para o Senado, dependendo da decisão de Lula, que também considera Geraldo Alckmin (PSB) para a candidatura ao governo.
Entre os ministros com interesse no Senado estão: Rui Costa (PT), Carlos Fávaro (PSD-MT) e André Fufuca (PP-MA).
A disputa na Câmara deve contar com candidatos como Jader Filho (MDB-PA) e Anielle Franco (PT-RJ).
Juscelino Filho (União-MA), após denúncia de corrupção, também tentará reeleição, mas fora do governo.
Gleisi Hoffmann (PT-PR) pode desistir da reeleição para coordenar a campanha de Lula, enquanto outros petistas aguardam sinalizações do presidente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é mencionado como possível candidato ao Senado, mas já indicou que não pretende concorrer.