HOME FEEDBACK

Meta será processada por autores da França e Reino Unido após utilizar livros, sem permissão, para treinar IA

Autores franceses e britânicos processam a Meta por uso não autorizado de obras para treinar IA. A empresa enfrenta crescente resistência da indústria criativa em defesa dos direitos autorais.

Meta é processada em diversos países por utilizar, sem permissão, milhões de obras da Library Genesis para treinar seu modelo de IA, o Llama 3.

O processo foi movido por autores da França e do Reino Unido, com base em documentos que indicam a aprovação de Mark Zuckerberg para a utilização do material, mas sem compensação financeira aos autores afetados.

A LibGen possui 7,5 milhões de livros e mais de 80 milhões de artigos acadêmicos. Autores franceses alegam "uso em massa não autorizado de obras protegidas por direitos autorais" e anunciaram ações legais baseadas na nova lei de inteligência artificial da UE, que se aplica a todos os 27 países do bloco.

A regulamentação exige alta transparência sobre dados usados para treinar modelos de IA e garante que autores possam optar por não permitir o uso de suas obras.

A União Nacional Francesa de Editores declarou que a Meta "violou direitos autorais", e a Sociedade do Povo de Letras já confirmou ações legais contra a empresa. Todos exigem a "exclusão total" dos dados usados sem autorização.

No Reino Unido, a UK Publishers Association e a Cambridge University Press também condenaram a Meta, sugerindo que a empresa deve "pagar pelo conteúdo que roubou".

Na última quinta-feira, escritores protestaram em Londres exigindo que executivos da Meta testemunhem sobre suas práticas. Autores renomados, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel Kazuo Ishiguro, assinaram uma petição pedindo proteção aos direitos dos autores.

A carta já obteve mais de 16 mil assinaturas e enfatiza que a extração de obras para treinamento de IA é ilegal no Reino Unido.

A Association of American Publishers e a Publishers Association UK reforçam que é crucial que empresas de tecnologia paguem pelo conteúdo que utilizam. A Cambridge University Press alerta sobre os riscos de regulamentação inadequada, que permite que a Big Tech se aproprie do trabalho dos autores.

Leia mais em o-globo