Mesmo com tarifa de 10%, café brasileiro segue líder no mercado de importações dos EUA
Estados Unidos seguem liderando as importações de café brasileiro, com crescimento no consumo de cafés especiais. Apesar da nova taxação, o mercado mostra resiliência e potencial para expansão, especialmente entre os jovens consumidores.
Maior consumidor de café do mundo, os Estados Unidos seguem como o principal destino do café brasileiro, comprando 2,3 milhões de sacas de café verde entre janeiro e abril, mantendo a liderança histórica nas importações. A Alemanha ficou em segundo lugar, adquirindo 1,7 milhão de sacas.
O consumo de cafés diferenciados nos EUA cresce, com 634 mil sacas enviadas, representando 19% das exportações do produto especial. A penetração do café nos lares americanos atingiu 76%, mostrando um mercado promissor mesmo com desafios geopolíticos. Segundo Marcos Matos, presidente do Cecafé, há uma **cadeia organizada** que garante alta qualidade e credibilidade, repassando cerca de 91% do preço FOB aos produtores.
O consumo de café nos EUA é robusto, superando a água engarrafada, com média de três xícaras por dia. Dados da NCA revelam que 46% dos adultos consumiram café especial, um aumento em relação a 39% em 2020. Bebidas geladas e o método cold brew cresceram 42% nos últimos cinco anos, especialmente no sul do país.
A Abic busca melhorar o marketing do café brasileiro torrado e moído, destacando que apenas 4 mil sacas de café industrializado foram exportadas este ano, representando 0,1% do total. A taxação de 10% sobre o café nacional pelos EUA não deverá impactar o consumo, conforme a opinião dos especialistas.
A NCA está pleiteando a isenção da tarifa para o café importado, enquanto os americanos também demonstram interesse crescente por cafés sofisticados e de terroir, especialmente os jovens. Carmem Lucia Chaves de Brito, da BSCA, projeta um aumento de 25% nas exportações de cafés especiais este ano, mesmo com a pressão de preços.