Mercados em queda, empresários insatisfeitos: o que levou Trump a mudar posicionamento sobre Powell?

Trump suaviza críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell

Após novos alertas dos mercados financeiros, Donald Trump diminuiu o tom de suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que frequentemente foi alvo de ataques por não reduzir os juros. Sua intenção de demitir Powell estava em jogo.

Porém, com a turbulência nos mercados e apelos de líderes empresariais, Trump declarou que não pretende demitir Powell. Essa mudança de postura foi bem recebida, resultando em queda nos índices acionários globais que durava semanas. O vice-presidente do Evercore ISI, Krishna Guha, apontou que a nova postura de Trump reduz os riscos de uma crise econômica.

A economista-chefe da Natixis, Alicia Garcia Herrero, comentou que Trump está "em pânico" pela queda dos mercados. A resposta do presidente fez os mercados e os rendimentos dos títulos de longo prazo melhorarem.

Recomendações da equipe econômica

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, aconselhou Trump a reforçar a ideia de um banco central independente. Apesar de críticas anteriores, agora Trump afirmou que não deseja demitir Powell.

Atos de Trump nas redes sociais aumentaram a volatilidade nos mercados, levando a uma enorme saída de ativos dos EUA. Um estudo do Bank of America revelou que 73% dos gestores planejam diminuir investimentos em ações americanas, apontando um pico no “excepcionalismo dos EUA”.

Trump também expressou, em rede social, que não há "praticamente" inflação e pediu cortes preventivos nos juros, enquanto o indicador de inflação continua acima da meta do Fed. O medo sobre a possibilidade de perda de status do dólar como moeda de reserva foi ecoado por líderes de fundos de hedge.

Juristas destacam que a demissão do presidente do Fed é complexa, e Powell afirmou que não renunciaria sob pressão de Trump.