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Mercado tem a percepção de que as medidas do governo não são debatidas, diz economista do UBS

Solange Srour destaca que a decisão do governo de não tributar aplicações no exterior mitigou um possível estresse no mercado financeiro, mas deixou a credibilidade do Executivo comprometida. A economista ressalta a importância de debater medidas com especialistas do mercado para evitar impactos negativos nas políticas econômicas.

Economista Solange Srour considera positivo o recuo do governo em tributar aplicações de fundos de investimentos no exterior com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ela destaca que, sem esse recuo, o mercado financeiro poderia ter sido muito mais estressado e a credibilidade do governo teria sido ainda mais "arrasada". Solange afirma que a mensagem passada pela equipe econômica é de que as medidas não são adequadamente debatidas.

A diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management ressalta que a medida teve um impacto relevante sobre o setor de fundos, crucial para a economia, que canaliza a poupança dos brasileiros.

Embora o recuo tenha sido rápido, ficou uma sensação de que as medidas não foram discutidas com especialistas do mercado, levando à percepção de que poderiam surgir novas intervenções sem diálogo prévio.

Solange acredita que o recuo é melhor do que não ter feito nada, pois, sem ele, o mercado estaria enfrentando maior volatilidade. Ela critica a falta de ação do governo em relação a reformas mais profundas, como mudanças nas regras de gastos obrigatórios.

Os impactos do aumento do IOF incluem a redução das condições financeiras e um aumento no custo de remessas para o exterior. Entretanto, o efeito no câmbio é incerto, dependendo das perspectivas futuras dos investidores sobre medidas e reformas.

Ela alerta que o cenário econômico e político internacional pode afetar a vulnerabilidade do Brasil e a capacidade do país de avançar nas reformas necessárias.

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