Mercado superestimou dívida pública em 8 dos últimos 9 anos
Estudo revela que analistas erraram ao prever a dívida bruta do governo nos últimos anos. Em 2020, apenas a proporção superou expectativas devido ao impacto financeiro da pandemia.
Agentes do mercado financeiro superestimaram a DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) em 8 dos últimos 9 anos.
A razão principal foi a proporção dívida-PIB, que ultrapassou as expectativas apenas em 2020, durante a pandemia de covid.
O levantamento do Poder360 analisou a mediana das projeções do 1º relatório do Prisma Fiscal e do Boletim Focus, com dados de janeiro e dezembro.
Maior erro aconteceu em 2021, onde a expectativa era de dívida bruta acima de 90% do PIB.
- A DBGG real foi de 77,3%.
- 13,5 p.p. abaixo do Prisma Fiscal.
- 15,3 p.p. menor que no Boletim Focus.
Somente as projeções de 2020 subestimaram a dívida, devido ao alto gasto do país com a pandemia.
O setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 703 bilhões e, ao incluir as despesas com juros, o rombo foi de R$ 1,015 trilhão.
Isso levou a DBGG a 86,9% do PIB naquele ano.
Desconsiderando 2020, a superestimação média de 2016 a 2024 foi de 5,5 pontos percentuais.
No último dado disponível, a DBGG foi de 76,2% do PIB em fevereiro de 2025, representando R$ 9,0 trilhões.
Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a dívida aumentou 4,5 pontos percentuais.
Projeções recentes indicam uma DBGG de 81,2% (Prisma Fiscal) e 81,6% (Boletim Focus) para o fim de 2025.
A estimativa mais recente aponta uma DBGG de 80,5% (Prisma Fiscal) e 80,88% (Focus).