Mercado reage de forma tímida por entender que Trump ‘perdeu batalha, não a guerra’, diz Stuhlberger
Decisão judicial nos EUA desafia a política tarifária de Trump e gera incertezas no mercado. Especialistas analisam possível impacto nas negociações internacionais e nas eleições de meio de mandato.
Na quinta-feira (29), o mercado financeiro começou com um revés na política tarifária de Donald Trump. Um tribunal comercial dos EUA bloqueou a maioria das tarifas impostas em 2 de abril, impactando a agenda econômica do presidente.
Embora a decisão tenha potencial para afetar os mercados, investidores reagem com cautela, esperando que o governo recorra à Suprema Corte. Segundo Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset, "Trump perdeu uma batalha, mas não a guerra".
No início da tarde, foi confirmada a intenção da Casa Branca de apelar contra a decisão. A situação intensifica as incertezas nos EUA e pode prejudicar negociações com os países impactados, como China e Japão.
Stuhlberger sugere que as tarifas podem ficar em 15% com um acordo, e até 20% sem. Ele destaca dois fatores que podem amenizar os efeitos do tarifaço:
- Indústrias americanas enfrentam interrupções por falta de peças chinesas.
- A popularidade de Trump cai, pressionando sua capacidade de governar.
As eleições de meio de mandato em 2026 estão se aproximando, e a desaprovação atual de Trump pode resultar em perdas significativas para os republicanos.
Os economistas Gustavo Franco e Stuhlberger consideram a desvalorização do dólar uma prioridade, mas não veem alternativas confiáveis no curto prazo. A União Europeia e outros países estão cautelosos quanto a acordos comerciais, temendo tarifas mais altas.
Franco acredita que um entendimento com a Ásia será crucial e espera mudanças na economia brasileira em decorrência de transições políticas futuras.