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Mercado muda o foco para crescimento global após bom início de emergentes

Mudanças nas dinâmicas econômicas globais e a guerra comercial dos EUA influenciam a atratividade dos ativos de mercados emergentes. Especialistas preveem um aumento no investimento nessas regiões, desde que a desaceleração da economia americana não se transforme em recessão.

Investidores de mercados emergentes estão focando na economia global e no dólar americano após ganhos inesperados no início do governo de Donald Trump.

Os primeiros 100 dias de Trump afetaram os mercados financeiros, fazendo o dólar cair para seu menor patamar em três anos, enquanto os ativos emergentes se valorizaram. Os títulos em moeda local aumentaram, ações superaram o índice S&P 500 e um índice de moedas teve o melhor desempenho desde 2017.

A perspectiva para ativos emergentes agora depende do impacto econômico da guerra comercial de Trump. O FMI cortou sua projeção de crescimento do PIB global de 3,3% para 2,8% até 2025.

Luis Estrada, da RBC Capital Markets, observa que uma desaceleração dos EUA, mas sem recessão, seria ideal. O dólar mais fraco poderia levar investidores a diversificar seus portfólios.

Desde a posse de Trump, ações do mundo emergente subiram 3,2%, enquanto o S&P 500 caiu 7,5%. A maioria das moedas emergentes se valorizou, em contraste com a queda de 7% do dólar.

Pierre-Yves Bareau, da JPMorgan, destaca que os títulos em moeda local subiram 3,5%, registrando os melhores quatro meses desde 2019. Há esperança de que os mercados emergentes recuperem parte dos US$ 211 bilhões retirados desde 2022.

De acordo com uma pesquisa do J.P. Morgan Chase, investidores esperam que o dólar se enfraqueça ainda mais. Gorky Urquieta, da Neuberger Berman, observa um crescimento do sentimento sobre o dólar mais fraco.

Alejandro Cuadrado, do BBVA, menciona que estão buscando ativos sensíveis à fraqueza do dólar, como o real brasileiro e o peso mexicano.

Se os EUA evitarem uma desaceleração considerável, os bancos centrais dos mercados emergentes poderão cortar as taxas de juros, estimulando o crescimento. Kamaksha Trivedi, do Goldman Sachs, recomenda preparação para cortes de juros na Ásia, Chile e República Tcheca.

Malcolm Dorson, da Global X Management Company, afirma que países como Índia, Argentina e Vietnã podem se beneficiar de acordos comerciais com os EUA, destacando que os mercados emergentes são favorecidos por um dólar mais fraco.

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