Mercadante defende desenvolver indústria naval com responsabilidade após 'erros graves'
Mercadante destaca a nova fase da indústria naval brasileira, ressaltando a necessidade de responsabilidade e aprendizado com erros do passado. O BNDES Azul propõe ações para a sustentabilidade e proteção da biodiversidade marinha, algumas com recursos de até R$ 80 milhões.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, afirmou que o Brasil está mais maduro para desenvolver a indústria naval com responsabilidade, após erros graves do passado.
A declaração foi feita durante o evento da iniciativa BNDES Azul, em 2 de outubro, no Rio de Janeiro, realizado em parceria com a Marinha do Brasil.
O programa visa ações para a preservação da biodiversidade marinha e o desenvolvimento sustentável da economia do mar.
"Nossa carteira do Fundo da Marinha Mercante está em R$ 21 bilhões", disse Mercadante, sem detalhar os erros anteriores. A plateia era composta em sua maioria por integrantes da Marinha, e Mercadante não deu entrevistas após o evento.
O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, não compareceu, com a justificativa de compromissos em Brasília.
Mercadante já defendeu o fortalecimento da indústria naval anteriormente, questionando por que o Brasil, um dos poucos países que constroem e certificam aviões, não faria o mesmo com navios.
As críticas a medidas de estímulo anteriores destacaram a falta de competitividade do Brasil. O presidente Lula prometeu reativar o setor, afetado por corrupção na Operação Lava Jato.
Nesta segunda, foi mencionada uma forte demanda pela reativação da navegação fluvial e a existência de "encomendas mais promissoras".
Mencionando os oceanos como fundamentais para a economia, Mercadante destacou o desafio da descarbonização da frota naval.
Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, reforçou que o Brasil pode liderar na agenda de descarbonização, dada sua experiência em biocombustíveis.
O BNDES Azul anunciou novas ações, incluindo uma chamada de projetos com orçamento de R$ 80 milhões para a proteção de ilhas oceânicas.
As instituições podem se inscrever com projetos a partir de R$ 5 milhões, e o BNDES financiará até 50% de cada proposta aprovada, com inscrições até 17 de outubro de 2025.
Mercadante também mencionou suas discussões sobre o lançamento de "blue bonds" na COP30, visando financiar projetos de preservação oceânica, similar aos títulos verdes.
"Precisamos avançar na economia circular e preservar a biodiversidade dos oceanos", finalizou Mercadante.