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‘Mensagens reveladoras’ fazem Zanin esticar por 60 dias inquérito de vazamento de dados no STJ

Investigações da Operação Sisamnes se estendem após indícios de corrupção envolvendo juízes e políticos. Ministro do STF também acolhe conexão com a Operação Maximus, que apura venda de sentenças no Tocantins.

Ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 60 dias os autos da Operação Sisamnes. A investigação da Polícia Federal apura uma suposta rede de venda de sentenças e vazamento de dados sigilosos em tribunais estaduais de Mato Grosso, Tocantins e Mato Grosso do Sul, além de envolvimento de ministros do Superior Tribunal de Justiça.

A decisão de Zanin, tomada em 9 de abril, acolheu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta elementos indiciários que justificam a prorrogação e a supervisão do STF nas investigações. A PGR identificou comunicação reveladora entre agentes públicos e políticos com foro privilegiado, incluindo no STF.

A operação também está conectada à Operação Maximus, que investiga corrupção e venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Tocantins. Zanin determinou a reunião das investigações para um exame mais aprofundado das condutas.

A Polícia Federal recuperou diálogos entre o prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos, e o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, que é alvo de outra investigação (Operação Fames-19) por desvios de recursos da merenda. O governador nega envolvimento.

Diálogos mencionam o nome do ministro Noronha e indicam vazamentos de informações no STJ. Siqueira Campos antecipou que a Operação Maximus seria deflagrada em agosto de 2024. Contou também que Noronha seria o relator da investigação, evidenciando possível acesso a informações sigilosas.

O advogado Thiago de Carvalho foi preso em 9 de abril e Zanin rejeitou seu pedido de liberdade diante da gravidade de sua conduta e influência no STJ. O ministro também afastou a tese de que Thiago tivesse direito a condições mais brandas em sua custódia.

A defesa de Thiago contesta a legalidade da prisão, propondo alternativas como o monitoramento eletrônico, já que ele está detido há três meses, sendo o único investigado nessa situação em meio a um escândalo envolvendo juízes e autoridades do executivo.

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