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Menos pistache, mais puxuri: como a Dengo quer furar a bolha do chocolate de luxo

A alta nos preços do cacau força adaptações na indústria do chocolate, levando marcas a repensarem suas estratégias. A Dengo destaca-se por priorizar insumos nacionais e manter a qualidade, mesmo em meio à crise.

Alta do cacau eleva preços do chocolate na Páscoa de 2024

A média do preço do chocolate no Brasil aumentou 16,53% em comparação ao ano anterior, conforme dados do IBGE, reflexo da alta global do cacau, que subiu 200% devido a problemas climáticos na África Ocidental.

A indústria busca adaptar-se à situação, reduzindo a quantidade de cacau utilizada e incorporando o pistache, cujos consumos crescem anualmente. Entretanto, a Dengo, focada em chocolates finos e insumos brasileiros, decidiu seguir outro caminho.

O cacau representa 38% de seus produtos, com a marca priorizando frutas e castanhas nacionais, como maracujá e puxuri. Renata Lamarco, diretora de marketing, destacou a proposta de uma “Páscoa muito brasileira”.

Dengo enfrenta o desafio de desconstruir a imagem de chocolate luxuoso e se posicionar como acessível, mantendo aumentos de 10% nos preços em relação ao ano anterior.

A campanha de Páscoa, que representa cerca de 20% da receita anual da marca, busca alcançar novos públicos. O tíquete médio das compras oscila entre R$ 59 e R$ 100.

Em 2023, Dengo abriu 15 novas lojas, totalizando 54 unidades no Brasil, mas planeja uma desaceleração na expansão em 2025 diante da alta do cacau. A empresa mantém uma colaboração estreita com 220 produtores, garantindo um fornecimento consistente.

Com uma estratégia de não repassar totalmente os custos aos consumidores e buscar eficiência operacional, a Dengo conseguiu aumentar sua receita em 15% por loja em 2023, mesmo em um cenário desafiador. A meta é expandir para 250 lojas até 2030.

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