Menos de 1% dos projetos para suspender decretos presidenciais, como o do IOF, foram aprovados na Câmara desde 1989
A Câmara dos Deputados enfrenta resistência ao analisar projetos de decreto legislativo visando anular atos do governo. Recentemente, um aumento no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) gerou mobilização de partidos em favor da suspensão da medida.
A Câmara dos Deputados aprovou menos de 1% dos projetos de decreto legislativo que visam suspender atos do presidente da República desde 1989.
Foram protocoladas 2.647 propostas, com apenas 22 aprovadas ao longo dos anos.
O Congresso pode derrubar atos como decretos e portarias do governo, mediante aprovação conjunta da Câmara e do Senado. Contudo, isso pode gerar animosidade entre os poderes.
Recentemente, parlamentares se mobilizam para cancelar a alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), anunciada pelo governo para arrecadar R$ 20 bilhões.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, deve discutir a pauta nesta quinta-feira. Existem ao menos 19 projetos na Câmara e um no Senado sobre o tema.
Três partidos de centro e um de esquerda uniram-se à oposição para apoiar os projetos que pedem o cancelamento da elevação do IOF, medida aprovada na semana passada.
Na reunião de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o funcionamento da máquina pública seria comprometido sem o aumento do IOF.
A elevação do IOF, que subiu de 3,38% para 3,50% para cartões de crédito e de 1,10% para 3,50% para aquisição de moeda em espécie, provocou forte reação no mercado e entre parlamentares.