MEMÓRIA. Os cliques de Kadão, e seu olhar permanente
Ricardo Chaves, conhecido como Kadão, deixa um legado de dedicação ao jornalismo e à fotografia. Sua morte aos 73 anos representa uma grande perda para a classe, em um período marcado por despedidas de importantes profissionais da imagem no Brasil.
Ricardo Chaves, conhecido como Kadão, fotógrafo gaúcho, faleceu aos 73 anos em Porto Alegre no dia 4 de outubro.
Ele foi a terceira perda recente em uma lista triste de profissionais da fotografia no Brasil.
Kadão, apesar de aposentado, mantinha-se ativo e informando-se sobre os acontecimentos. Enfrentava problemas de saúde, tendo perdido mais de 40 quilos devido a um câncer na bexiga.
Deixou a esposa Loraine, dois filhos, dois netos e muitos amigos e admiradores. Seu trabalho foi notável, abrangendo política, esporte e cultura, com registros que incluem figuras como Danuza Leão, Ayrton Senna e Fernando Collor.
Kadão também foi testemunha de momentos históricos, como a campanha pelas Diretas Já e o retorno dos exilados políticos. Sua relação com Leonel Brizola foi pessoal, influenciando até o nome de seu filho.
Autodidata, Kadão entrou na fotografia por acaso e fez carreira em publicações renomadas, como a Zero Hora e a Veja. Ele destacou-se no desvendamento do sequestro do casal Universindo Diaz, que teve repercussão internacional.
Amigos lembram seu talento e seu caráter generoso e divertido. Após sua morte, a filha Letânia compartilhou que, conforme seu desejo, suas córneas foram doadas, mantendo seu olhar em meio aos que admiravam seu trabalho.
O olhar de Kadão continua vivo e presente.