'Mein Kampf': a história do livro de Hitler exibido por deputado no Mato Grosso do Sul
Deputado critica proibição fictícia do Mein Kampf e compara Hitler à Assembleia Legislativa. Apesar das declarações, o livro está em domínio público no Brasil e sua venda não é proibida.
Deputado exibe 'Mein Kampf' na Assembleia Legislativa de MS
Durante uma sessão, o deputado João Henrique Catan (PL) exibiu o livro Mein Kampf, de Adolf Hitler, denunciando uma suposta proibição de sua venda. Catan afirmou que "um juiz, talvez mais ditador que Adolf Hitler, suspendeu a entrada e as vendas do livro".
Na realidade, não há proibição no Brasil. O livro está em domínio público desde 2015. A lei 7.716/89 proíbe apenas a propaganda do nazismo, como a veiculação de símbolos ou emblemas relacionados.
Catan tentou justificar sua ação como uma crítica às estratégias de Hitler para "anular o Parlamento".
O Mein Kampf é um manifesto político publicado em 1925, onde Hitler expõe sua infância, visão política e ideologias, incluindo seu antisemitismo e planos expansionistas.
O governo nazista, liderado por Hitler, foi responsável pelo Holocausto, que resultou na morte de cerca de 6 milhões de judeus e perseguições a outros grupos, totalizando mais de 10 milhões de vítimas.
Após a guerra, o livro passou a ser restrito na Alemanha e na França. Embora relevante para estudos históricos, é considerado de pouca importância literária.
O historiador Ian Kershaw enfatiza que a figura de Hitler não deve ofuscar o contexto mais amplo do nazismo e alerta sobre a necessária análise das estruturas de poder da época.