Megaponte na Bahia enfrenta pressão por custos e impacto em comunidades
Construção da ponte Salvador-Itaparica gera polêmica e tensão na comunidade local, com preocupações sobre impactos ambientais e culturais. Moradores e ativistas denunciam a falta de consulta prévia e os riscos à preservação de áreas sagradas e ecossistemas vulneráveis.
Construção da Megaponte Salvador-Itaparica traz controvérsias e impactos ambientais e sociais na comunidade do Barro Branco.
Na região, tratores derrubam árvores e cavam solo para aterrar mangues, isolando áreas verdes e caminhos sagrados.
A ponte de 12,4 km deverá ligar Salvador à ilha de Itaparica, com fluxo estimado de 28 mil veículos/dia e duas praças de pedágio.
Um novo acordo entre o governo da Bahia e o consórcio chinês foi assinado, prevendo início das obras em 12 meses e duração de 6 anos.
O custo da obra aumentou de R$ 6,3 bilhões para R$ 10,4 bilhões, sendo R$ 5 bilhões oriundos do governo em parceria público-privada.
A pressão imobiliária em Barro Branco afeta 16 terreiros que utilizam as matas sagradas. Em Mocambo, construções avançam sobre um manguezal e fontes de água foram aterradas.
A região, rica em cultura afro-brasileira, enfrenta riscos com três inquéritos do Ministério Público sobre os impactos da ponte.
A concessionária promete 40 programas socioambientais orçados em R$ 250 milhões, mas moradores alertam sobre a falta de consulta e os danos à comunidade.
O governo afirma que cumpre as legislações e que os custos aumentaram devido aos impactos da pandemia.