Medo de 'efeito Nikolas' pesou para Fazenda corrigir rota do IOF quase meia-noite
Governo se apressa em corrigir medidas do IOF para evitar desinformação e impactos negativos no mercado. A revisão do decreto é uma estratégia para proteger a imagem da administração Lula e evitar novos conflitos políticos.
Governo Lula anunciou recuo nas mudanças do IOF na madrugada de sexta-feira (23) para evitar desinformação e crises similares à do Pix em janeiro.
Faltando pouco tempo para o anúncio, a equipe de Lula se reuniu no Palácio do Planalto para discutir ajustes no decreto. Apressaram-se temendo que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) explorasse a situação.
Na semana anterior, um vídeo de Nikolas, criticando a fiscalização do Pix, viralizou com mais de 100 milhões de visualizações.
A revisão do decreto incluiu uma alíquota de 3,5% do IOF sobre aplicações de fundos de investimento em ativos no exterior, que antes era zero. Essa mudança levantou preocupações de controle de capitais.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) participou da discussão à distância e decidiu pela necessidade de um anúncio rápido para evitar interpretações que pudessem inibir investimentos.
Haddad reconheceu que a equipe econômica cometeu um erro sobre a tributação, e que a medida poderia ser vista como um controle na entrada e saída de capitais, o que levou à revogação.
O governo se prepara para uma nova fase, prometendo ressarcimento a beneficiários do INSS e avanços nas investigações sobre escândalos associados.