'Me senti agredida': Marina Silva abandona sessão após senador afirmar que ministra não mereceria respeito
Ministra Marina Silva abandona audiência no Senado após ser alvo de comentários machistas. Ataques e interrupções revelam clima de desrespeito durante a sessão sobre proteção ambiental e exploração de petróleo.
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandona audiência no Senado após declarações consideradas machistas do senador Plínio Valério (PSDB-AM). O senador afirmou que desejava "separar a mulher da ministra", implicando que a ministra não merecia respeito.
A ministra pediu um pedido de desculpas, mas ao não recebê-lo, decidiu se retirar da sessão. Em março, Valério já havia feito comentários ofensivos em relação a Marina. Durante a audiência, outros momentos de machismo foram evidenciados, incluindo o presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO), cortando o microfone de Marina e a interrompendo.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o líder do PT, Rogério Carvalho (SE), se manifestaram contra as falas machistas, apoiando a ministra. Marina foi convocada para discutir a criação de uma unidade de conservação marinha na Margem Equatorial, onde a Petrobras planeja explorar petróleo. Ela defendeu que a proposta não inviabiliza empreendimentos e é debatida desde 2005.
Após deixar a sessão, Marina se sentiu agredida e ressaltou que não permitiria que a sua condição de mulher fosse utilizada contra ela. A primeira-dama, Janja da Silva, e outras ministras também se manifestaram em apoio a Marina, denunciando a violência política e de gênero que ela enfrentou.