Mauro Cid diz que apoiou Freire Gomes e busca se desvencilhar da trama golpista em interrogatório
Mauro Cid detalha sua participação no plano golpista durante o interrogatório, buscando se distanciar das acusações. O ex-assessor enfrenta perguntas de advogados de Jair Bolsonaro e Braga Netto, na tentativa de descreditar sua delação.
Mauro Cid, ex-assistente do presidente, foi o primeiro réu interrogado na ação sobre a suposta trama golpista. Esta foi a primeira vez que ele se encontrou com Jair Bolsonaro e outros aliados implicados.
Por ter feito um acordo de colaboração premiada, Cid foi ouvido antes dos demais réus. Durante a sessão de três horas, ele respondeu a perguntas dos ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux, além do procurador-geral Paulo Gonet.
As defesas de Bolsonaro e do general Braga Netto tentaram descredibilizar Cid, que deu cinco depoimentos à Polícia Federal, o que não é comum. Ele admitiu o plano golpista, mas tentou minimizar sua participação, alegando ser apenas um cumpridor de ordens.
Cid alegou que foi abordado por radicais que queriam que Bolsonaro rompesse com a ordem democrática, mas se distanciou das tratativas. Ao ser questionado sobre comentários sobre o general Marco Antônio Freire Gomes, Cid afirmou que o apoiava e que ações radicais causariam problemas ao país.
Na segunda parte do interrogatório, os advogados dos outros réus puderam perguntar a Cid. O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, quis saber se o ex-presidente sabia sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Cid negou. Também confirmou que ouviu Bolsonaro afirmar que "só agiria dentro das quatro linhas da Constituição".
A defesa de Braga Netto questionou a demora de Cid em comunicar a entrega de dinheiro do ex-ministro. Ele justificou que não tinha conhecimento do planejamento e, por isso, não achou a informação relevante.