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Mauro Cid confirma em depoimento ao STF que Bolsonaro 'leu e enxugou' minuta golpista

Tenente-coronel Mauro Cid revela detalhes sobre a "minuta do golpe" em audiência no STF. Bolsonaro, que também foi ouvido, esteve presente durante as declarações de seu ex-ajudante de ordens.

Tenente-coronel Mauro Cid confirmou, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), que o então presidente Jair Bolsonaro "leu e enxugou" a “minuta do golpe”, removendo prisões de autoridades e mantendo apenas o nome do ministro Alexandre de Moraes.

A declaração ocorreu durante uma audiência conduzida por Moraes, com Bolsonaro presente no plenário. Cid, que assinou um acordo de delação, é o primeiro a ser interrogado sobre a tentativa de golpe para que Bolsonaro permanecesse no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Moraes fez uma observação humorística sobre as prisões, referindo-se a um “habeas corpus” para os demais nomes citados.

Cid revelou que teve "duas ou três" reuniões sobre o documento, que era dividido em duas partes: a primeira abordava interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a segunda discutia questões jurídicas, como decretação de estado de defesa e criação de um conselho eleitoral.

O tenente-coronel ainda mencionou a disposição do comandante da Marinha, Almir Garnier, que colocou as tropas a favor do golpe. O general Freire Gomes, do Exército, ficou insatisfeito por precisar do apoio de forças terrestres.

Os envolvidos na trama golpista incluem ex-ministros como Walter Braga Netto e Anderson Torres. Cid classificou Garnier como “radical” e Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira como “moderados”.

  • Cid afirmou que os radicais buscavam implementar um golpe, enquanto os moderados viam situação como “errada”, mas não podiam agir.
  • Ele negou ter sofrido pressão para o acordo de delação, embora discordasse da linha de investigação da Polícia Federal (PF).
  • Sobre áudios publicados pela revista "Veja", Cid revelou serem desabafos em um momento difícil, criticando diversos militares e políticos.
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