Martins diz que veto a entrevista ao Poder360 restringiu sua ampla defesa

Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, declarou ao STF em 24 de julho de 2025, que o veto do ministro Alexandre de Moraes à sua entrevista no Poder360 prejudicou sua defesa.

Martins se considera um preso político com restrições à sua liberdade de expressão e locomoção, destacando que estava tendo a oportunidade de falar pela 1ª vez em muito tempo devido às limitações de entrevistas impostas pelo relator.

O veto ao Poder360 foi implementado em 3 de julho de 2025 para “evitar o risco de tumulto” no processo, sem maiores explicações do ministro.

Em sua declaração, Martins afirmou que, durante o julgamento do núcleo 2, houve proibições para entrada de jornalistas e advogados no plenário e restrições a gravações e fotografias, o que prejudicou sua ampla defesa. O ex-assessor mencionou que solicitações para entrevistas de diversos veículos, incluindo renomadas mídias internacionais, foram ignoradas.

Martins é réu por tentativa de golpe de Estado, acusado de editar uma “minuta golpista” e apresentá-la ao alto escalão das Forças Armadas em dezembro de 2022. O Supremo aceitou a denúncia da PGR contra ele e mais 5 réus em abril de 2025.

O Poder360 protocolou um pedido no STF em março de 2025, argumentando o interesse público em entrevistar Martins, o que não foi atendido por Moraes.

Martins foi preso em 8 de fevereiro de 2024, na operação Tempus Veritatis, e solto em agosto do mesmo ano por determinação de Moraes, que impôs medidas cautelares, mesmo reconhecendo as evidências que contestavam sua fuga. A Polícia Federal não conseguiu provar que ele estava foragido, e uma declaração da Latam afirmou que Martins embarcou de Brasília para Curitiba em 31 de dezembro de 2022.