Martins diz que sofreu “perseguição” após gesto manual em 2021
Filipe Martins se defende de acusações relacionadas ao gesto polêmico durante sessão do Senado em 2021. Ele foi condenado pela Justiça, mas segue negando qualquer ligação com ideais supremacistas.
Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro (PL), relatou ter sofrido um “episódio de perseguição da mídia” em 2021.
A declaração ocorreu durante seu depoimento no interrogatório dos réus do núcleo 2, nesta quinta-feira (24.jul.2025).
O episódio mencionado refere-se a um evento de 24 de março de 2021 no Senado, onde Martins foi flagrado ao fundo de uma transmissão enquanto o então presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, apresentava o ministro Ernesto Araújo, que falaria sobre a compra de vacinas contra a Covid-19.
Martins fez um gesto que lembrava o sinal de “OK”, embora este tenha sido apropriado por grupos supremacistas brancos.
Na ocasião, ele argumentou que estava apenas ajustando seu microfone e se defendeu no X, ameaçando processar quem tentasse associá-lo a “supremacismo branco”.
Seu gesto resultou em uma denúncia ao MPF, e em dezembro de 2024, foi condenado a 2 anos e 4 meses de reclusão em regime aberto, além de 850 horas de serviço comunitário, R$ 1.000 mensais para instituições sociais, R$ 8.250 de multa e R$ 30.000 por danos morais.
No interrogatório, Martins mencionou o episódio ao falar sobre suas viagens aos Estados Unidos enquanto assessor, mas logo indicou que o assunto “não vinha ao caso”.
Os réus do núcleo 2 enfrentam acusações graves, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa armada.
A denúncia da PGR descreve o núcleo como responsável pela “gerência” do plano golpista, coordenando ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas.
Integram o “núcleo 2”: