Mario Vargas Llosa: o dia em que o escritor peruano deu um soco em Gabriel García Márquez
A trajetória de amizade entre Vargas Llosa e García Márquez, iniciada por cartas e marcada por momentos de admiração mútua, culminou em um trágico rompimento que refletiu as tensões pessoais e políticas da época. O incidente final, um soco em público, selou o destino de uma relação que moldou a literatura latino-americana.
Amizade de Vargas Llosa e García Márquez: Do Encontro ao Ruptura
A amizade entre os escritores Mario Vargas Llosa e Gabriel García Márquez começou por carta em 1966 e terminou em um soco em 1976.
Em janeiro de 1966, García Márquez, que estava escrevendo Cem Anos de Solidão, escreveu a primeira carta a Vargas Llosa, então em Paris. Através de cartas, eles se tornaram amigos.
O primeiro encontro ocorreu em 9 de agosto de 1967, no Aeroporto Maiquetía, em Caracas, onde Vargas Llosa havia conquistado o Prêmio Rómulo Gallegos.
Nas semanas seguintes, os dois escritores participaram de um diálog sobre romance em Lima, que se tornou lendário. Vargas Llosa elogiou publicamente a obra de García Márquez em sua resenha de Cem Anos de Solidão.
Ambos mudaram-se para Barcelona, onde Vargas Llosa escreveu García Márquez: História de um deicídio, um texto notável sobre o colombiano.
No entanto, a amizade começou a se deteriorar após o caso Padilla, envolvendo um poeta cubano, que causou divergências políticas. García Márquez não assinou uma carta de apoio a Heberto Padilla, o que irritou Vargas Llosa.
A ruptura se concretizou em 1976, quando Vargas Llosa, em um ato de ciúmes, agrediu García Márquez durante a pré-estreia de um documentário. O motivo mencionado foi uma possível intromissão de Gabo na vida pessoal de Vargas Llosa.
Após a briga, ambos nunca mais se reconciliaram. Vargas Llosa proibiu a reedição de sua obra sobre García Márquez, e as críticas se tornaram um ponto de atrito.
Ambos faleceram recentemente, com García Márquez em 2014 e Vargas Llosa em abril de 2023. Resta a esperança de que a história promova uma reconciliação eterna entre os dois grandes autores.