Marinho diz que país está pronto para jornada de 40 horas semanais
Ministro do Trabalho destaca que o Brasil está pronto para mudar a jornada máxima de 44 horas para 40 horas semanais. Proposta já é debatida no Congresso por meio de uma PEC que também sugere a criação de uma nova escala de trabalho de 4 dias com 3 de descanso.
Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirma que Brasil está pronto para adotar jornada máxima de trabalho de 40 horas semanais, substituindo as atuais 44 horas.
A declaração foi feita em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro do Canal Gov, véspera do Dia do Trabalhador.
Marinho mencionou pouca resistência do empresariado à proposta, considerando-a politicamente viável em comparação ao fim da escala 6×1, que exige seis dias de trabalho para um de descanso.
No Congresso: a temática é discutida através de uma PEC protocolada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (Psol-SP). A proposta sugere substituir a escala 6×1 por 4×3 (quatro dias de trabalho e três de descanso) com carga semanal de até 36 horas, respeitando limite de 8 horas diárias.
A PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de votação em plenário. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou o apoio do Planalto à proposta e sua relevância, afirmando ser um debate suprapartidário e importante.
Marinho ressaltou que qualquer avanço dependerá de diálogo com o Congresso e do equilíbrio econômico. “Acredito que é plenamente possível discutir a redução da jornada para 40 horas,” declarou.
Embora a redução para 40 horas seja viável a curto prazo, o ministro defendeu que o debate sobre o fim da escala 6×1 continue, chamando-a de “turno mais cruel para os trabalhadores”, especialmente para as mulheres.
Atualmente, a jornada semanal de 44 horas é estipulada pela Constituição de 1988. A mudança necessitará de emenda constitucional, exigindo apoio de 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação.