Manifestação na Paulista tem ataque ao STF, defesa da anistia e gritos de ‘volta, Bolsonaro’
Apoiadores de Bolsonaro se manifestam em São Paulo em defesa de anistia para condenados dos atos de 8 de janeiro. O ex-presidente criticou decisões do STF e reafirmou sua intenção de voltar à corrida presidencial em 2026.
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 6, para protestar contra o STF e em defesa do ex-presidente, acusado de tentar um golpe de Estado.
Estimativas indicam que 44,9 mil pessoas estiveram presentes, número semelhante ao protesto de setembro do ano passado (45 mil), mas inferior ao de fevereiro de 2024 (185 mil).
A manifestação visou defender a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, enquanto Bolsonaro criticou penas severas impostas pelo Supremo, afirmando que a corte estava tratando a todos como golpistas, incluindo vendedores de pipoca.
O ex-presidente argumentou que, se não tivesse deixado o Brasil em dezembro de 2022, teria sido preso. Ele defendeu sua honra dizendo que não rouba como os petistas e, em um desabafo, fez um juramento de defender sua pátria.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro também discursou, clamando pela anistia e citando a cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou uma estátua da Justiça. Ela se opôs às penas severas, pedindo mais justiça do STF.
Bolsonaro foi apoiado por sete governadores e outras figuras políticas, como a vice-governadora do Distrito Federal e o prefeito de São Paulo. Tarcísio de Freitas, governador de SP, criticou os altos preços de alimentos e argumentou a favor da anistia.
O ato teve momentos de tensão, incluindo uma confusão durante a execução do Hino Nacional. O Pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, atacou o STF e acusou o presidente da Câmara, Hugo Motta, de impedir a votação da anistia.
Uma pesquisa da Genial/Quaest revelou que 56% dos brasileiros são contra a soltura dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, reforçando a polarização no tema.
O deputado Nikolas Ferreira acusou Alexandre Moraes de ser um "covarde” e pediu mais apoio para Bolsonaro. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido espera obter as assinaturas necessárias para pautar a anistia, considerado o “problema 01” do PL.
Além disso, o levantamento do Estadão mostrou que mais de um terço dos deputados apoia a anistia, com 197 votos favoráveis, ainda faltando 60 para a maioria.