Manga, uvas e açaí não escapam de tarifaço e setor diz que busca novo acordo
Exportações de frutas brasileiras enfrentam desafios após tarifa de 50% dos EUA. A Abrafrutas busca alternativas para minimizar danos ao setor, enquanto preços já começam a cair no mercado interno.
Frutas brasileiras não estão isentas da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Manga, uva e frutas processadas, como o açaí, representam 90% das exportações para os Estados Unidos, segundo a Abrafrutas.
A entidade busca garantir que o mercado americano continue atrativo para as frutas brasileiras. Os EUA importaram 77 mil toneladas de frutas, totalizando US$ 148,3 milhões no ano passado, equivalendo a 7% do volume exportado.
No primeiro semestre deste ano, o faturamento foi de US$ 583 milhões, com mais de 546 mil toneladas exportadas, um aumento de 27,17% em volume. A manga destacou-se, sendo 20% de suas exportações direcionadas aos EUA nos últimos cinco anos.
Entretanto, a logística para redirecionar a produção a outros mercados, como o asiático, é considerada inviável devido aos custos e qualidade. Os preços das frutas já estão em queda, com redução de 30% nas mangas no mercado nacional.
Os especialistas alertam que os custos de colheita e transporte podem levar produtores a deixar as frutas apodrecerem. Apesar da possibilidade de um “caos generalizado”, a decisão cabe a cada produtor.
Paulo Feldmann, da FIA Business School, acredita que o governo atuará para evitar problemas. A agricultura brasileira é competitiva, mas encontrar novos mercados levará tempo.
Tatiana Migiyama, da Fipecafi, e João Olenike, do IBPT, concordam que quaisquer mudanças nos preços de frutas serão temporárias e dependem do redirecionamento eficaz dos produtos ao mercado nacional.