‘Manda dinheiro, chefe’; PF aponta ‘gestor’ de contratos de esquema atribuído a Júnior Mano
Deputado Júnior Mano é investigado por desvio de verbas públicas em esquema que envolve prefeitos cearenses. A Operação Underhand revela diálogos que indicam financiamento irregular de campanhas eleitorais em 51 municípios.
Operação Underhand da Polícia Federal investiga o deputado Júnior Mano (PSB-CE) por suspeita de desvio de dinheiro de emendas para campanhas eleitorais em 51 municípios do Ceará em 2024.
O esquema envolve contratos públicos geridos por Lúcio Alves Barroso, prefeito de Baixio, e Bebeto do Choró, prefeito foragido.
Interceptações revelam que Bebeto é considerado o ‘braço direito’ de Júnior Mano. Ele nega envolvimento com atos ilícitos e se diz comprometido com a legalidade e transparência.
Dois relatórios da PF indicam a função de Lúcio como gestor de contratos públicos para abastecer a organização criminosa, com foco em serviços de transporte escolar e locação de veículos.
Conversas entre Lúcio e Bebeto mostram a transferência de valores desviados e uma estrutura hierárquica clara. A linguagem informal e direta indica regularidade nas operações ilícitas.
Ao determinar buscas, o ministro Gilmar Mendes citou a “habitualidade das ações” e a necessidade de evitar a supressão de provas.
A PF também investiga Carlos Douglas Almeida Leandro, ligado a contratos com prefeituras e à prática de crimes eleitorais.
A suspeita recai sobre um complexo esquema de desvio de recursos públicos com envolvimento direto de Júnior Mano em comunicações sobre emendas parlamentares, além de negociações de retorno ilícito envolvendo cifras consideráveis.
O relatório aponta a normalização de práticas ilícitas na equipe do deputado, com contratos suspeitos em várias cidades cearenses, incluindo a gestão da prefeita de Nova Russas, Giordanna Mano (esposa do deputado).
Júnior Mano enfatiza que não participa de licitações ou fiscalizações e confia nas investigações. A PF busca contato com Bebeto do Choró e outros envolvidos.