HOME FEEDBACK

Mais um ano desafiador para os gestores de multimercado

Fundos multimercados enfrentam resgates líquidos expressivos e desempenho insatisfatório. A captação negativa de R$ 43 bilhões no primeiro trimestre de 2025 ressalta a insatisfação dos investidores com a rentabilidade da classe.

Desempenho dos Fundos Multimercados em 2025

Em 2025, os fundos multimercados enfrentam dificuldades. A captação líquida no primeiro trimestre é negativa, com perdas de R$ 43 bilhões. Apenas em março, houve uma leve captação positiva de R$ 686 milhões.

Se a tendência continuar, pode ser o quarto ano consecutivo de resgates líquidos. Nos últimos 36 meses até dezembro de 2024, somente 4 meses tiveram entradas líquidas, resultando na saída de R$ 624 bilhões do segmento.

O patrimônio líquido dos fundos caiu de R$ 1,6 trilhão em 2021 para R$ 1,4 trilhão em 2024. O desempenho ruim é atribuído à combinação de captação negativa e rendimentos baixos.

Renda Fixa em Alta

Em contraste, a classe renda fixa teve um crescimento significativo, saindo de R$ 2,6 trilhões de patrimônio em 2021 para R$ 3,7 trilhões em 2024, com entradas de R$ 253 bilhões e altos rendimentos devido ao aumento da Selic.

Os investidores parecem cansados dos multimercados, em razão das rentabilidades abaixo da renda fixa. Nos últimos três anos, a maioria dos fundos multimercados não superou a taxa CDI, com apenas um terço dos fundos obtendo ganho mediano de 13,6%.

O restante obteve uma rentabilidade mediana de apenas 6,64%, inferior ao CDI de 11,39%. Isso resulta em uma sensação de perda significativa, com uma estimativa de perda acumulada de 14% ao longo de três anos.

Desafios e Volatilidade

O início do ano se dá com perspectiva de continuidade das dificuldades, dado que a Selic permanece em 14,50%. A volatilidade dos mercados, exacerbada por fatores externos, complica ainda mais o cenário.

Os gestores enfrentam o dilema entre buscar maiores riscos em busca de retornos ou manter uma postura conservadora com os rendimentos oferecidos por taxas de juros de curto prazo.

Análise por Hudson Bessa - Economista e sócio da HB Escola de Negócios

Leia mais em valorinveste