Máfia italiana usa ‘sistema bancário’ chinês na Europa para pagar compra de drogas do PCC
Giovanni Bombardieri, procurador na luta contra a 'Ndrangheta, compartilha sua experiência em cooperação internacional no combate ao tráfico de drogas. Sua atuação tem resultado em operações significativas, como a colaboração entre as procuradorias italiana e brasileira para desmantelar conexões com o PCC.
Giovanni Bombardieri atua na luta contra a ’Ndrangheta há 17 anos, tendo iniciado sua carreira no Tribunal de Locri e passado por diversas procuradorias na Itália.
Em 2008, participou da Diretoria Distrital Antimáfia (DDA) em Roma e posteriormente se tornou procurador-chefe em Reggio Calábria, coordenando a Operação Eureka.
A operação revelou ligações entre a ’Ndrangheta e o PCC, com evidências de tráfico internacional de drogas. Em 2024, Bombardieri foi promovido a chefe da Procuradoria Distrital Antimáfia de Turim.
Recentemente, ele entrevistou-se no Seminário Internacional de Segurança Pública em São Paulo, onde discutiu as consequências da atuação da máfia no desenvolvimento econômico local.
’Ndrangheta é a máfia italiana mais poderosa e ligada a redes de crime familiar, dificultando delações. A organização investe em diversas áreas, como o tráfico de drogas, jogos de azar e o mercado imobiliário.
Bombardieri destacou que a ’Ndrangheta utiliza métodos sofisticados, como criptomoedas para financiar operações. Além disso, colaborações jurídicas internacionais têm sido fundamentais para desmantelar operações de tráfico de drogas e identificar conexões entre grupos.
A operação chamada Samba (em Itália, Mafiusi) envolveu uma equipe conjunta de investigação entre autoridades italianas e brasileiras, resultando na recuperação de informações sobre o tráfico de drogas entre a América do Sul e a Europa.
Com um histórico de sequestros que aumentou sua riqueza, a organização mafiosa gerou conexões que facilitam o tráfico. Bombardieri ressaltou a importância de controlar o território e os impactos disso na política local, onde muitos políticos dependem da ’Ndrangheta para suas campanhas.
A pesquisa aponta uma mudança nas relações, onde agora são alguns políticos que solicitam apoio mafioso, sinalizando um desafio contínuo para as autoridades.