Maduro recorre a tema de Essequibo e desvia foco em eleições para Parlamento e governos estaduais
Os venezuelanos enfrentam um novo pleito marcado por divisões na oposição e um clima de apatia generalizada. A votação é vista como uma oportunidade para o chavismo validar sua política nacionalista em meio à grave crise social e econômica.
Venezuelanos votam neste domingo (25) para eleger deputados da Assembleia Nacional, governadores e representantes legislativos estaduais, a primeira eleição desde a contestada vitória de Nicolás Maduro em julho passado.
O chavismo busca desviar a atenção da crise política com uma campanha para reivindicar a região de Essequibo, pertencente à Guiana. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 12 centros de votação serão instalados no estado de Bolívar, com 21 mil eleitores registrados.
A disputa territorial é antiga: a Guiana defende um laudo arbitrado em 1899, enquanto a Venezuela apela a um acordo de 1966. Em dezembro de 2023, foi convocado um plebiscito, onde 96% dos votantes apoiaram a anexação, apesar da desaprovação da Corte Internacional de Justiça.
O pleito de hoje inclui a escolha de 24 governadores, 260 legisladores estaduais e 277 deputados. O CNE anunciou 15.736 centros de votação, mas a oposição está dividida: María Corina Machado propõe boicote, enquanto um grupo liderado por Henrique Capriles decide participar, apesar de acusações sobre dificuldades na campanha.
A oposição critica o curto tempo para debate e propagandas, além da acusação governista sobre um suposto plano de ataques contra embaixadas.
Segundo a pesquisa da Meganálisis, a abstenção pode alcançar recordes, com 84,9% da população não participando. Em 2020, a taxa de abstenção foi de 70%, com o PSUV conquistando 253 das 277 cadeiras.