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Maduro fará eleição para definir 'governador' de território na Guiana que ele quer anexar

Eleições na Venezuela incluem disputa simbólica pela região do Essequibo, dominada pela Guiana. Tensão entre os países aumenta à medida que Venezuela reafirma suas reivindicações territoriais em meio a um contexto eleitoral e militar delicado.

A Venezuela realizará eleições no próximo domingo, 25, para escolher um governador e oito deputados para o Parlamento da Guiana Essequiba, região rica em petróleo e em disputa com a Guiana. Contudo, essa área não está sob controle venezuelano.

Os centros de votação estarão no estado de Bolívar, onde residem os 21.400 eleitores da recém-criada circunscrição. O presidente Nicolás Maduro afirmou que a “vontade de recuperar os direitos históricos” é inabalável. Por outro lado, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, descreveu o pleito como um ato de “desespero e propaganda”.

O cenário político inclui também eleições para 24 governadores e 285 deputados para o Parlamento da Venezuela.

A disputa pelo Essequibo é histórica. A Venezuela alega ter herdado a região da era colonial espanhola. Em dezembro de 2023, a Venezuela realizou um referendo sobre a soberania do território, sem a participação dos residentes locais.

O cientista político Gabriel Flores considera as eleições uma estratégia para reafirmar o domínio do país sobre a área, embora experts a considerem simbólica sem jurisdição real.

A tensão entre países aumentou após a descoberta de petróleo pela empresa ExxonMobil em 2015. A Guiana solicita reconhecimento da sua fronteira pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), enquanto a Venezuela reivindica um acordo de 1966 que anulou um laudo de 1899.

Situação do eleitorado: O site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) está fora do ar desde julho de 2024. Existe uma lista de 21.403 eleitores na Guiana Essequiba, que votarão nas autoridades regionais. Dois candidatos competem: Neil Villamizar (chavismo) e Alexis Duarte (oposição).

Militarização da fronteira: A Guiana aumentou sua presença militar antes das eleições, enquanto a Venezuela mobilizou mais de 5.600 soldados na região. O ministro da Defesa da Venezuela reafirmou a soberania sobre o Essequibo, e a intervenção dos EUA sugere alerta sobre possíveis conflitos.

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