Macron pede mudanças no acordo UE-Mercosul para assiná-lo ainda este ano

Emmanuel Macron está disposto a assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul ainda este ano, mas exige medidas de proteção para o setor agropecuário europeu.

As declarações de Macron foram feitas à GloboNews durante a visita de Lula a Paris. A França procura também formas de bloquear a adoção do acordo em sua forma atual.

Com a ratificação do acordo, a UE poderia aumentar suas exportações de automóveis, máquinas e produtos farmacêuticos, enquanto o Mercosul exportaria mais carne e açúcar.

Macron sugere um protocolo que defina que os produtos agrícolas do Mercosul sigam as mesmas normas rigorosas dos agricultores europeus, além de permitir uma cláusula de salvaguarda em caso de desregulação do mercado.

Em resposta à GloboNews, Macron afirmou estar "disposto" a assinar o acordo se mudanças forem aceitas: "Sim, porque vamos convencer nossos camponeses e agricultores de que esse acordo é bom para eles".

No entanto, os agricultores franceses expressaram a necessidade de uma rejeição firme ao tratado, enquanto Macron reconhece que representa risco à agricultura na Europa.

A França busca aliados na UE, como Hungria e Áustria, para bloquear um acordo "desequilibrado". Ao mesmo tempo, cresce a pressão para que o acordo com o Mercosul seja aprovado rapidamente para mitigar tarifas americanas. O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, também falou a favor da ratificação.

Além disso, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) certificou o Brasil como livre de febre aftosa, fortalecendo sua posição nas exportações de gado. Lula considerou o reconhecimento como "muito gratificante".

Durante a visita à França, Lula também participou da exposição do artista Ernesto Neto e recebeu o título de doutor "honoris causa" pela universidade de Paris 8.