Lupi nega ter sido omisso em fraude no INSS
Ministro da Previdência nega omissão em fraudes do INSS e afirma ter agido ao demitir diretor responsável. Investigações revelam esquema de descontos não autorizados que causaram prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões.
Ministro Carlos Lupi nega omissão em caso de descontos não autorizados pelo INSS
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), refutou acusações de omissão em relação ao aumento de descontos não autorizados em aposentadorias.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Lupi explicou que demitiu o diretor do INSS, André Fidelis, e nomeou Vanderlei Barbosa para apurar os erros herdados de administrações anteriores. Ele afirmou que as irregularidades foram conhecidas em 2023, mas a apuração não avançou até sua intervenção.
Atas do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) indicam que Lupi foi alertado em junho de 2023, mas somente em abril de 2024 o assunto foi novamente discutido.
Lupi assegurou que não foi omisso, exemplificando sua ação com a demissão de Fidelis. Em relação ao ex-presidente do INSS, Alexandre Stefanutto, Lupi relutou em demiti-lo à pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até que a decisão fosse consensual.
Enquanto isso, a Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto em 23 de abril, apurando fraudes que estimam um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação envolveu 211 mandados de busca e apreensão, 6 prisões temporárias e o sequestro de bens superando R$ 1 bilhão.
Seis pessoas foram afastadas por determinação da Justiça, incluindo Stefanutto. A CGU investiga entidades de classe que realizavam descontos em benefícios sem autorização dos segurados. A auditoria da CGU revelou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação requerida.
Os crimes investigados incluem falsificação de documentos e falta de autorização para os descontos. A orientação ao beneficiários é que solicitem a exclusão de descontos indevidos através do aplicativo ou site “Meu INSS”, onde o processo é automático.