Lupi defende presidente do INSS demitido por Lula: 'Homem altamente qualificado'
Ministro defende ex-presidente do INSS em audiência e propõe fim de descontos para sindicatos. Lupi revela ações para combater fraudes na Previdência e critica relação do órgão com entidades sindicais.
Ministro Carlos Lupi defendeu o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido após operação da Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) contra fraudes. Lupi ressaltou a qualificação de Stefanutto e assumiu a responsabilidade pela indicação dele ao cargo.
Durante a audiência, Lupi propôs o fim dos descontos em folha destinados a sindicatos, afirmando que a solução para as fraudes no INSS depende da mudança nessa prática. "Se a gente não estanca esse câncer agora, ninguém segura mais", afirmou.
O ministro destacou que o desconto é "cômodo" e sugeriu que as entidades usem outros meios para cobrar contribuições. Para acabar com esses descontos, é necessária uma alteração na lei previdenciária.
Lupi se referiu a Antonio Carlos Camilo Antunes, chamado pela PF de “careca do INSS”, e disse que ele está no cargo há mais de 15 anos, criticando a cultura da corrupção: "Temos uma sociedade com a vocação para a esperteza, a Lei de Gerson".
Ele enfatizou que "quem tiver roubado dinheiro de aposentados e pensionistas deve ir para a cadeia" e se disse traído por pessoas próximas dentro do ministério.
Na audiência, o deputado Marcel Van Hattem levou uma idosa que sofre descontos para um sindicato. Lupi garantiu estar à disposição e que não tem o que temer.
A megaoperação da PF e CGU tinha o objetivo de investigar descontos não autorizados, com um rombo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O governo suspendeu todos os acordos de desconto nas aposentadorias após a operação.