Lupi defende fim de desconto automático na folha de aposentados para evitar fraudes
Ministro da Previdência Social propõe o fim dos descontos sindicais do INSS, citando fraudes em investigações da PF. Durante audiência, Lupi defendeu mudanças na legislação para coibir práticas irregulares e garantir maior transparência.
Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defende o fim do desconto em folha de contribuições dos beneficiários do INSS, destinado aos sindicatos, durante audiência na Câmara dos Deputados.
Esses descontos indevidos estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU).
Lupi mencionou que, sem o fim das autorizações para desconto, não haverá solução para as fraudes no INSS. Ele sugeriu que as entidades sindicalistas utilizem outros meios para a cobrança, como boletos, ao invés de descontos automáticos.
Para acabar com os descontos, será necessária uma alteração na lei que regula os benefícios previdenciários. Esta norma permite deduções apenas com a autorização expressa dos beneficiários.
O ministro também se referiu a um homem apelidado de "careca do INSS", mencionado no relatório da PF, que esteve envolvido na distribuição de recursos irregulares.
Lupi expressou que “a verdade sempre vence” e reafirmou sua atuação no combate às fraudes, defendendo que “toda essa gentalha marginal” vai para a cadeia.
Ele citou a criação de uma Instrução Normativa em março de 2024 para regulamentar esses descontos e a realização de auditorias internas no INSS.
Durante a audiência, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-SP) apresentou uma aposentada que enfrenta descontos de R$ 77, mesmo residindo em Brasília e recebendo R$ 3 mil mensais. Ele expressou sua indignação ao relatar a dificuldade dela em resolver a situação com o INSS.
Lupi se posicionou como alguém que não tem medo de enfrentar seus críticos, advertindo Van Hattem: “Cuidado, minha ira é santa.” O deputado respondeu que não se sentia amedrontado.