Lula tem prazo curto para decidir sobre dia da amizade Brasil-Israel em meio a atritos com Netanyahu
Lula enfrenta dilema sobre sanção de lei que cria Dia da Amizade Brasil-Israel em meio a tensões diplomáticas. Após declarações polêmicas, o presidente brasileiro deve decidir o futuro das relações entre os países até quarta-feira.
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até quarta-feira, 18, para decidir sobre o veto ou sanção do projeto que cria o dia de celebração da amizade entre Brasil e Israel.
A análise ocorre em um contexto de tensões entre o governo Lula e a gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu devido à guerra entre Israel e Hamas.
Lula é considerado ‘persona non-grata’ em Israel, após declarações em fevereiro de 2024, onde comparou as ações de Israel em Gaza ao Holocausto. Ele afirmou: “O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico...”
A classificação de um chefe de Estado como persona non-grata indica alto grau de reprovação nas relações diplomáticas.
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chamou as falas de Lula de ataque antissemita.
Desde outubro de 2023, Israel matou 55 mil palestinos, maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. Do lado israelense, o número de mortos é de 1.139, majoritariamente civis do atentado de 7 de outubro.
Lula, crítico do governo Netanyahu, caracteriza o conflito como desproporcional, com um “exército matando mulheres e crianças”.
A data proposta, 12 de abril, foi escolhida por Dilma Rousseff para remeter ao decreto que criou a representação brasileira em Israel, em 1951. O projeto, enviado por Dilma em 2013, já teve tentativas de celebração vetadas.
A primeira versão do projeto foi aprovada em 2019 pela Câmara e o texto final foi aprovado pelo Senado em 20 de junho.