Lula precisa entrar na negociação sobre IOF, diz Motta: ‘Estamos cansados de tantos impostos’
Hugo Motta pede ao governo prazo de dez dias para apresentar alternativas ao aumento do IOF. O presidente da Câmara defende soluções estruturantes para a responsabilidade fiscal e alerta sobre o cansaço da sociedade com a carga tributária.
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que após conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “prudente” dar dez dias para o governo apresentar alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Motta ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar do debate. Em publicação, ele disse que na reunião com Haddad e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi acordado que a equipe econômica terá o prazo para apresentar um “plano alternativo”, que deve ser duradouro e consistente.
Após o prazo, Motta poderá decidir se altera a proposta. Se não houver mudanças, o Congresso pode sustar a medida com um projeto legislativo. Motta enfatizou que a Casa busca medidas mais “estruturantes” e mencionou o debate sobre isenções fiscais.
O deputado declarou que o Brasil não suporta mais a carga tributária atual e que a equipe econômica deve discutir propostas. Ele deseja “construir uma solução com o governo Lula” sobre o IOF, afirmando que o Legislativo não busca crise.
Motta disse que a relação com Haddad é de respeito e confiança, mas a sociedade exige cortes de gastos. Ele é contra “gambiarras tributárias”, pois afastam investidores. O deputado considerou necessário “ajustar o que não está correto”, mesmo que isso envolva medidas “impopulares”.
O presidente da Câmara não se preocupa com possíveis cortes em emendas diante do impasse com o governo sobre o IOF. Mencionou que o orçamento está “engessado” e deve ser revisto, destacando a disposição do Congresso para encarar pautas difíceis com o compromisso de ajustar as contas públicas.
O eventual recuo do governo sobre o aumento do IOF pode resultar em um congelamento maior de emendas parlamentares, com cerca de R$ 7,8 bilhões bloqueados no orçamento.