Lula faz ‘morde e assopra’ com Marina: elogia em público, mas dá aval a derrotas que a enfraquecem
A ministra do Meio Ambiente enfrenta série de derrotas e ausência de apoio do governo em pautas cruciais. Mesmo após apoio verbal de Lula, a falta de articulação e respaldo político agrava sua situação no cargo.
Presidente Lula apoia Marina Silva, mas mantém abandono político
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para Marina Silva, elogiando sua decisão de se retirar de uma comissão no Senado após ofensas. No entanto, sua postura em relação à ministra do Meio Ambiente tem sido caracterizada pelo abandono durante seu governo.
Marina enfrentou pelo menos seis grandes derrotas, com o apoio do Palácio do Planalto muitas vezes articulando ações contra suas pautas. Ela perdeu embates importantes, incluindo:
- Exploração da Margem Equatorial
- Ajuda na mudança da lei de licenciamento ambiental
- Marco temporal para demarcação de terras indígenas
- Criação da Autoridade Climática
- Atribuições do ministério
- Presidência da COP-30
Durante uma reunião no Senado, Marina virou alvo de ataques, sem receber apoio firme de senadores aliados de Lula. A única defesa significativa veio da senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
No início do mandato, Marina foi escanteada ao perder o controle sobre Cadastro Ambiental Rural e a Agência Nacional de Águas devido a articulações da base aliada. Em 2023, Lula vetou trechos do marco temporal para terras indígenas, mas o governo não articulou defesa e os vetos foram derrubados.
Lula expressou críticas à demora do Ibama em aprovar a exploração de petróleo pela Petrobras, contrariando a posição de Marina. Além disso, ela não teve apoio para defender mudanças nas leis de licenciamento ambiental, e o governo não avançou com a criação da Autoridade Climática.
Marina também perdeu a presidência da COP-30 para André Corrêa do Lago, com a alegação de que não possuía habilidade de diálogo. Internamente, enfrenta críticas por sua falta de participação nas discussões sobre projetos relevantes e, externamente, tem seu poder afetado pelo aumento do desmatamento na Amazônia, que cresceu 55% em abril de 2023 em comparação ao ano anterior.