Lula e Xi falam de multilateralismo para justificar presença em celebração de Putin
Lula e Xi Jinping destacam a importância do multilateralismo durante celebrações em Moscou, em meio a uma narrativa de reinterpretação histórica sobre a Segunda Guerra. A presença dos líderes também reflete a busca por parcerias comerciais e influências políticas em um contexto global complexo.
Presidentes Lula e Xi Jinping justificam presença em Moscou para celebrações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra. Na quinta-feira (8), embaixadores da Rússia e Belarus foram excluídos da sessão especial do Bundestag, em ato diplomático significativo.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, ressaltará que o Exército Vermelho libertou Auschwitz, mas que isso não apaga as "mentiras históricas" do Kremlin, como a retórica contra o nazismo. Em Paris, o presidente Emmanuel Macron exaltará os "valores que triunfaram em 1945".
A festa em Moscou será nesta sexta-feira (9), o chamado "Dia da Grande Vitória". Putin irá usar a data e a parada militar como demonstração de força.
Lula, ao desembarcar em Moscou, afirmou seu compromisso com o multilateralismo e que assinará acordos de cooperação. Seu voo não teve alterações, ao contrário da primeira-dama, que enfrentou negação de espaço aéreo.
Representantes de mais de duas dezenas de países, muitos deles considerados ditaduras, estarão presentes em um jantar no Kremlin com Putin. Xi Jinping reforçou, em encontro bilateral, a importância de um mundo multipolar e propôs salvaguardar a autoridade da ONU.
Brasil e China, assim como a Índia, não participam de esforços para isolar Putin. O apoio chinês se tornou essencial para a economia russa desde a invasão da Ucrânia.
A balança comercial entre Brasil e Rússia, de cerca de US$ 12 bilhões, é favorável à Rússia, principalmente devido à exportação de petróleo.