Lula e Trump têm 'mesmo inimigo', mas decidiram chamá-lo por nomes diferentes, diz pesquisador da direita radical
Teitelbaum analisa a convergência nas críticas de Lula e Trump ao establishment ocidental, ressaltando o uso de narrativas similares em contextos opostos. Ele avalia ainda a ascensão da direita radical e a desintegração da centro-direita como fatores que moldam o futuro político global.
Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump compartilham interesse por narrativas conspiratórias que veem a elite política como inimiga, afirma o professor Benjamin Teitelbaum, da Universidade do Colorado.
Teitelbaum, autor do livro Guerra pela Eternidade, comenta que ambos criticam o establishment político ocidental, embora usem termos diferentes: imperialismo ocidental (Lula) e globalismo (Trump).
O globalismo, segundo Trump, representa perda de soberania nacional. Lula, por sua vez, defende um mundo multipolar, com mais autonomia para o Sul Global.
Ambos líderes também têm uma visão semelhante sobre a guerra na Ucrânia, afirmando que Putin foi ameaçado e responsabilizando a Ucrânia. Isso pode fortalecer o papel de Lula no Sul Global, enquanto Trump tenta simpatizar com a Rússia.
Teitelbaum acredita que a direita radical populista chegou para ficar, devido ao desaparecimento da centro-direita, que está se desintegrando globalmente.
Sobre a crescente busca pelo catolicismo conservador nos EUA, Teitelbaum destaca um anseio por valores tradicionais, em resposta à modernidade e à insatisfação com instituições democráticas.
No contexto atual, ele enfatiza que o crescimento da direita radical não pode ser atribuído apenas a sucessos eleitorais recentes, mas ao contexto político desafiador enfrentado por políticos incumbentes.