Lula cogita ligar para Trump, mas quer ter certeza que americano vai atender e focar em comércio
Governo brasileiro avalia a necessidade de um telefonema entre Lula e Trump antes da aplicação de tarifas de 50% nas exportações. Preparações são vistas como essenciais para evitar possíveis constrangimentos políticos durante a conversa.
BRASÍLIA - A três dias da imposição de tarifas de 50% contra exportações brasileiras, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não prevê um telefonema com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Interlocutores discutem a possibilidade, mas a ministra Gleisi Hoffmann ressalta que uma conversa precisa de preparação prévia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que não pode haver vira-latismo no diálogo.
Alguns aliados defendem que Lula tome a iniciativa de chamar Trump, mas isso ainda não foi decidido. O governo espera que Trump esteja disposto a discutir a relação econômico-comercial, para evitar embaraços políticos.
Por outro lado, há a percepção de que Trump busca uma concessão política para reabilitar Jair Bolsonaro. O governo brasileiro se preocupa com a possibilidade de "humilhações" como as que ocorreram com outros líderes.
As interações ríspidas devem ser evitadas, e qualquer contato será cuidadosamente preparado. Essa não é a primeira vez que um telefonema é cogitado, tendo sido discutido desde a eleição de Trump em novembro de 2024.
Lula expressou disposição para dialogar se houvesse algo relevante. Recentemente, ele anunciou que o Brasil está aberto à conversa, enquanto Trump também mencionou que poderia conversar em algum momento, mas ainda não tomou iniciativa.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tentará ir a Washington para discutir as tarifas, mas não recebeu sinal verde após reuniões nas Nações Unidas.
Um contato produtivo de Vieira com representantes de Trump seria um passo necessário para um diálogo direto entre os presidentes.